dica de disco ("We the People" - adrenaline mob)

Dica de Disco

We the People
2017
Adrenaline Mob


O ADRENALINE MOB ENTREGA MAIS UM DISCO DIVERTIDO E CHEIO DE ENERGIA, MAS, QUE, NOVAMENTE, NÃO SURPREENDE

Há bandas cujo som não varia nunca. Se por um lado isso é bom, pois os fãs saberão exatamente o que vão encontrar, por outro, não gera grandes surpresas ou impactos. O Adrenaline Mob é assim. 

É inegável a competência dos envolvidos, desde Russell Allen (também vocalista do Symphony X), passando por Mike Orlando (exímio guitarrista, que passou a integrar a banda brasileira Noturnall ano passado), e chegando até os novos integrantes, o baterista Jordan Cannata e o baixista David Zablidowsky, igualmente, instrumentistas de mão cheia. 

E, o resultado desse conjunto de talentos convence mais uma vez no disco "We the People", mesmo que já tenhamos ouvido esse mesmo som inúmeras outras vezes, seja com o próprio Adrenaline Mob, seja com outros grupos. 

Agora, verdade seja dita: o som é "pauleira" do começo ao fim, com poucos momentos melódicos. E, isso, por si, já é bom, pois, mantém um certo padrão ao longo das 13 faixas, mesmo que, numa primeira audição elas pareçam iguais demais umas com as outras. Mas, escutando-se o disco mais vezes, ele vai meio que "grudando" e tende a sair tão cedo da nossa playlist. 


O grande destaque continua sendo a potente voz de Russell Allen, que dá bastante vigor e identidade às composições. Não muito atrás, Mike Orlando desfila acordes inventivos com sua guitarra, ora lembrando Dimebag Darrell, ora remetendo a Eddie Van Halen. E, pra finalizar, a "cozinha" faz um preenchimento muito bem elaborado nas canções, apesar de Jordan Cannata, às vezes, lembrar demais o estilo de Mike Portnoy, primeiro baterista que o Adrenaline Mob teve em sua formação.


Das músicas propriamente ditas, algumas se sobressaem, apesar da linearidade geral que toma conta deste disco. Diria que a abertura, com "King of the Ring" é poderosa, cadenciada e pesada na medida certa. Não chega a ser uma "Undaunted" por exemplo, cartão de visitas do ótimo álbum de estreia deles, "Omertà", mas, é bem melhor do que a insossa "Mob is Back", que iniciava o segundo disco da banda, "Men of Honor". 

Depois, mais algumas boas composições, como "We the People", "Til the Head Explodes", "Raise 'Em Up", "Ignorance & Greed", "Violent State of Mind" e "Rebel Yell", todas com o selo Adrenaline Mob de qualidade. O álbum só possui uma única balada por definição, "Bleeding Hands", que é bonita, mas, não contribui muito de maneira positiva para o disco. O restante são canções "mais do mesmo", que são rapidamente esquecidas. Ao final, portanto, um bom dico que fica apenas na média.  

"We the People" é o tipo de álbum que você ouve, exclusivamente, para uma diversão passageira numa festa de um final de semana qualquer. Ok, Ramones, Motörhead, e tantos outros também faziam trabalhos com essa característica, mas, além disso, tinham um "algo a mais" que os tornava especiais, chegando ao ponto de influenciarem gerações inteiras. 


Já, o Adrenaline Mob é aquele tipo de grupo que possui integrantes que se dão muito bem naquilo que fazem, mas, que não vão muito além de uma mera competência. Divertido e empolgante, sem dúvida. No entanto, SOMENTE divertido e empolgante, o que deve fazer com que "We the People" não seja lembrado lá na frente. Mas, por hora, é relaxar e aumentar o som, curtindo um rock'n roll bem feito.
  



NOTA: 7/10


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